sexta-feira, 2 de abril de 2010

A mudança de rota da China e o cerco se fecha ao Irã

Até agora dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA,França,Grã-Bretanha,Rússia e China),apenas esta última vinha resistindo a penalizar o Irã. O comércio entre os dois países é da ordem de US$ 36,5 bilhões. O Irã importa bens de consumo e maquinário e exporta petróleo,gás e outros derivados do óleo. A China depende do Irã na geração de 11% de sua energia elétrica.
O embaixador da China em Teerã, Xie Xiaoyun chegou a afirmar que "as sanções não surtirão o efeito desejado não importa quão severas sejam". Era uma posição idêntica à do Brasil.Porém uma mudança de posição de Obama a respeito de assuntos estratégicos para a China pode fazer com que ocorra também uma mudança de Beijing em relação as sanções ao Irã.
Hu Jintao deixou claro que não aceitará interferência norte-americana na questão tibetana e de Taiwan. Segundo Jintao que demonstrou irritação com o fato de Obama ter recebido o líder tibetano Dalai Lama na Casa Branca em fevereiro, as questões de Taiwan e do Tibete são interesses básicos do país ligados à sua soberania e integridade territorial. Em troca do apoio as sanções, os chineses querem que os EUA aproveitem os encontros sobre segurança nuclear a serem realizados em Washington nos dias 12 e 13 de abril para trazer também a Coreia do Norte à mesa de negociações,que para os chineses é uma ameaça muito mais palpável que o Irã.
Em fevereiro o especialista em Oriente Médio da Academia Chinesa de Ciências Sociais disse em entrevista que as relações Irã-China são “superestimadas”. Segundo ele, “A China não manteria uma relação tão próxima com o Irã pois isso prejudicaria suas relações com muitos outros países." E a China,um país pragmático por excelência, que conseguiu criar um regime mezzo capitalista e mezzo comunista não irá sacrificar seus interesses pelo Irã.

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